Em meados de fevereiro, embarcamos pra já falada viagem à Portugal, que originou os dois roteiros sobre viagem postados anteriormente aqui no site. Aquela foi a primeira viagem internacional que fizemos com o Otto e, na ocasião, recebi inúmeras mensagens de vocês pelo Instagram, me perguntando sobre os mais diversos aspectos de uma viagem com bebê. Por isso surgiu a ideia desse post. Resolvi fazer um apanhado das perguntas e responder as principais por aqui. Vamos lá:
MALA (o que levei, precisei comprar algo, quantas peças levei…)
Eu procuro sempre, na medida do possível, ser uma mãe um pouco mais compacta, seja na hora de comprar coisas pro Otto ou mesmo de fazer a mala dele na hora de viajar. Falo “na medida do possível”, porque bebê sempre requer uma certa quantidade de coisas, né? Tampouco sou a mãe-louca-consumista que sai comprando uma infinidade de roupas por aí, até porque roupas de bebê são usadas por muito pouco tempo e eu não vejo muita necessidade de excesso. Falo tudo isso pra explicar que, pra essa viagem em particular, eu não tinha um grande arsenal de roupas. Lá estava bem frio, enquanto no Brasil era verão. Comprei algumas coisas online e mandei entregar lá e outras a família se encarregou de trazer pro Brasil em uma viagem anterior à nossa, inclusive um sapatinho bem quente (foi a primeira vez que o Otto calçou sapatos, hehehe…). Ah, minha mãe fez um casaco de tricot, tipo sobretudo, bem quentinho pra ele que usamos MUITO, praticamente todo dia.
Procurei montar ,aqui do Brasil, uma mala bem coordenada, onde pudesse combinar várias peças entre si. No início não estava planejando a mala assim e percebi que estava levando mais roupa do que realmente necessitava. Na noite anterior à viagem, decidi abrir a mala e montar os looks pra todos os dias que ficaríamos por lá. Recomendo. A quantidade de roupa reduziu consideravelmente.
Vale frisar que Otto ainda mamava exclusivamente no peito, não comia comidinhas, então o quesito alimentação foi bem prático e não exigiu nenhum aparato extra.
NO AVIÃO
A viagem pra Portugal foi de mais de nove horas, se levarmos em conta o tempo de check in e a antecedência com que precisamos estar no aeroporto, imagine umas 15 horas, em média. Quando fomos Otto tinha 4 meses e meio e a minha prioridade, em todos os momentos da viagem, desde quando saímos de casa foi o conforto dele. Fui com uma malinha de mão recheada com tudo que eu pudesse precisar… desde roupas, fraldas, itens de higiene, cobertinhas, brinquedos e etc. Estava equipada pra qualquer eventualidade. Inclusive pra decolagem e aterrisagem. Pros bebês pequenos este pode ser um momento bem delicado, pois a pressurização da cabine pode causar dor no ouvido deles… o melhor a fazer é amamentar o bebê nestes momentos ou, até mesmo, dar uma chupeta. O movimento de sucção melhora essa condição. Otto, por exemplo, é um bebê que não usa chupeta e eu cheguei a levar duas opções exclusivamente pro vôo. Nossa experiência foi bem tranquila, Otto mamou no pouso e na decolagem, tanto na ida quanto na volta.
Uma dica legal, disponível em quase todas as companhias aéreas em vôos internacionais, é o berço pro bebê. O que você precisa fazer é solicitar, juntamente com a companhia aérea, alguns dias antes da viagem. Assim que o avião estabiliza no ar, após a decolagem, eles montam o bercinho pra você. Com bebês pequenos é perfeito. Foi assim que viajamos com o Otto nessa viagem e ele dormiu, praticamente, o vôo todo da ida.
Outra coisa importantíssima… na ida fomos em vôo noturno e foi perfeito, ele dormiu quase o mesmo tanto que dorme em casa. Na volta viemos em vôo diurno e eu achei bem mais complicado. Na próxima viagem não hesitarei em escolher um vôo noturno.
ROTINA DE VIAGEM
Quando viajamos com bebê pequeno, pelo menos ao meu ver, a prioridade total acaba sendo o ritmo dele. Saíamos de casa sempre em torno de meio dia, foram raras as exceções que saímos mais cedo. De manhã acordávamos com calma, Otto mamava, tomava banho eu vestia ele e depois saíamos.
Alugamos um carro pra todos os dias que ficamos por lá e acho que isso acabou facilitando muito a logística, porque levava comigo tudo que achava que pudesse ser necessário pros cuidados com ele no decorrer do dia. Levei um carrinho de bebê bem confortável e, portanto, melhor pra andar pelas ruas de paralelepípedo de Portugal (o legal do carrinho é que ele acaba servindo também como apoio pros aparatos da turma toda). Ahhh, e como o clima estava frio e chuvoso, a capinha de chuva pro carrinho foi um item muito utilizado. E, é claro, um sling pros momentos em que desejava mais mobilidade – ou quando queria ficar coladinha nele, e vice versa .
A escolha dos passeios e a quantidade de atividades no dia também era escolhida em função dele. As sonecas ele fazia no carrinho, no carro ou no meu colo, dependendo de onde estivéssemos no horário da soneca… mas bem sem neuras, fluído. Voltávamos pra casa todo dia em torno de 18:30, a tempo de fazer a rotina de sono dele – a parte da rotina que, de fato, eu sempre julguei mais importante. A verdade é que o fato de ter um bebê no grupo muda muito a dinâmica de uma viagem, portanto é importante que você viagem com pessoas que sejam parceiras nesse sentido… A escolha do “time” é essencial, porque cada um acaba ajudando um pouquinho e no final fica tudo muito mais leve.
FRALDAS E TROCAS (usei fraldas de pano? como foi a logística? haviam trocadores nos locais?)
Já é sabido, por quem me segue aqui a mais tempo, que eu uso fraldas de pano no Otto. Por diversos motivos, inclusive pelo conforto dele (e a questão ecológica então, nem se fala). Quando estávamos escolhendo um lugar pra nos hospedarmos, eu fiz questão de que tivesse máquina de lavar, porque é assim que eu higienizo as fraldas dele. Nos hospedamos em um apartamento e não em um hotel, então tínhamos todo o conforto de “casa”. Levei o sabão de coco que eu estou acostumada a usar no Brasil na mala e, ao final do dia, lavava as fraldas e as roupinhas dele na máquina. Bem simples e fácil (pras más línguas eu devo dizer que lavar as fraldas de pano do meu filho não me incomoda em nada, muito pelo contrário). Pra armazenar as fraldas sujas durante o passeio, carrego sempre comigo um saco impermeável reutilizável. Estes sacos são bem fáceis de encontrar, todos os sites que vendem fraldas de pano também vendem os sacos impermeáveis.
Pra viagem de avião e pra eventuais dias em que essa logística da fralda de pano não fosse ficar confortável , acabei levando algumas fraldas descartáveis biodegradáveis. Eu comprei as do Otto nos EUA, da marca Andy Pandy e gostei MUITO (a título de informação: as fraldas biodegradáveis levam em torno de 4 anos pra se decompor, enquanto as fraldas descartáveis comuns levam em torno de 500 anos, isso faz com que eu me recuse, de fato, a usar fraldas descartáveis normais)… Mas acho importante frisar que eu uso SOMENTE em emergências. Pra vocês terem idéia, comprei um pacote de fralda de cada tamanho, um small, um large e um extra large (o small o Otto usou até os 5 meses e meio, um só pacote, e nem chegou a acabar… Dei as que sobraram de presente pra uma amiga no seu chá de fraldas), o que possibilitou trazer as fraldas dos EUA. Depois que comprei as fraldas dele, soube que existe uma marca que vende no Brasil, a Herbia, mascomo eu já havia comprado e uso muito pouco, ainda não testei. Se alguém que me lê aqui já tiver usado, me conta o que achou.
Quanto as trocas: alguns lugares disponibilizam trocadores, outros não… e eu não me importo de improvisar lugares. Trocamos fralda com ele dentro do carrinho, no carro, na entrada do museu. É só escolher um lugar mais tranquilo, ser discreto e tá tudo ok! 😉 Acho que o mais importante nesse quesito é não pular as trocas de fraldas simplesmente por não ter um lugar apropriado. Apropriado, ressalto mais uma vez, é o cuidado e a atenção às necessidades do bebê.
*Esse tópico fraldas renderia um post exclusivo… se vcs se interessarem pelo assunto, me contem nos comentários! 😉
*As fraldas ecológicas nacionais podem ser compradas AQUI. E as importadas pelo Amazon (deixei linkada a pesquisa no Amazon onde aparecem outras marcas, eu indiquei a Andy Pandy porque foi a que testei e deu super certo… se você tiver outra dica deixe aqui nos comentários). E o carrinho AQUI.
*Esse tópico fraldas renderia um post exclusivo… se vcs se interessarem pelo assunto, me deixem saber 🙂
AMAMENTAÇÃO (e aceitação da amamentação em público)
Na ocasião da viagem Otto estava mamando exclusivamente no peito (hoje em dia ele come frutas, legumes e verduras) e, pra ser bem sincera, a preocupação com a amamentação ser aceita ou não nunca me ocorreu. Não me preocupa, de forma alguma, a aceitação ou não de quem estiver ao meu redor, na verdade acho que seria capaz de peitar qualquer olhar de desaprovação. Minha única e exclusiva preocupação sempre foi a saudável alimentação do meu filho, esteja onde estiver.
MÉDICOS/REMÉDIOS
Meu único cuidado nesse sentido foi fazer um seguro/plano de saúde pra viagem e ter contato direto com médico/pediatra. Otto nunca tomou remédio algum e eu desejo do fundo do meu coração de mãe (que não lida muito bem com alopatia) que continue assim por muito e muito tempo.
AJUDA (levou babá?quem ajudou?)
Não levei babá porque nunca tivemos uma. Nessa viagem à Portugal, por exemplo, fomos com meus pais e um super amigo, que nos ajudaram lindamente na função toda, mas já viajamos só eu e meu marido com ele e super rolou… dá trabalho, mas não é nada de outro mundo e tampouco muito diferente do que já estamos acostumados em nossa casa.
VIAJAR DE CARRO (Já viajou? Como foi?)
Já viajamos algumas vezes, uma delas pra praia, quando Otto estava com dois meses e meio. Foi super tranquilo, mas foi uma viagem de apenas 4 horas e paramos pra ele mamar e trocar fralda. Acho que o principal ponto a ser cuidado em viagens de carro é a duração da viagem, porque em determinado momentos os bebês cansam de ficar no bebê conforto.
Pesquisando sobre o assunto, encontrei esse apanhado de infos na página Bebê, da Editora Abril, e achei legal compartilhar aqui:
-Documentos necessários para levar no vôo:
Embarque doméstico: identidade ou certidão de nascimento. Menores de 12 anos devem estar acompanhados de pais ou parentes. Caso viaje com outra pessoa, é necessária uma autorização judicial.
Embarque Internacional: A criança precisa de um passaporte. Se a criança embarcar somente com a mãe é necessário uma autorização do pai reconhecida em cartório. Caso o país de destino exija visto é necessário ter um para a criança também.
-Sobre passagem:
Conforme informa a Agência Nacional de Aviação Civil, para menores de 2 anos o valor que pode ser cobrado não deve ultrapassar 10% da tarifa do adulto, não são cobradas taxas de embarque. Maiores de 2 anos ocupam assento e pagam uma taxa estabelecida pela companhia.
– Sobre atendimento diferenciado:
Crianças de até 12 anos (de colo ou não), são consideradas passageiras com necessidades especiais e tem preferência no check-in, embarque e assentos. Se você estiver amamentando esta regra também vale.
-Sobre vacinação
É necessário levar a carteira de vacinação da criança, caso se necessite checar a vacinação. Alguns países exigem determinadas vacinas pra que você possa ingressar no país. Lembre-se de sempre conferir se existe alguma exigência nesse sentido, quando estiver organizando sua viagem.
Na maioria dos estados brasileiros a vacina contra febre amarela deve ser dada antes da viagem para crianças a partir de 9 meses de idade. Não sendo recomendada a antecipação da vacina.
– Sobre alimentação
Não há regulamentação sobre este ponto. Algumas companhias podem oferecer algumas opções, sendo necessário avisar no SAC da companhia com 48h de antecedência do voo. Mas você também pode embarcar com a comida necessária pra alimentar seu bebê durante o vôo.Os alimentos devem ser apresentados no momento do raio X, na mala de mão.
Espero que eu tenha respondido todas as perguntas que vocês me deixaram… caso você tenha alguma outra dúvida, não hesite em deixar aqui nos comentários! Vou adorar responder.
Até semana que vem…
Com amor, Monica
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