BAUHAUS, mi amor…

Já faz algum tempo que eu venho ensaiando um post sobre esse tema… Desde que tomei conhecimento sobre a Bauhaus, há muitos anos, me encantei. O tempo passou, e, em meados de 2015, me vi buscando um tema para um trabalho de conclusão de curso. E a Bauhaus começou a povoar meus pensamentos novamente. Confesso que, de início, escolher esse tema não me pareceu uma excelente ideia, afinal, é um tema MUITO explorado e seria difícil interpretá-lo de uma forma original. Mas, como toda moeda tem dois lados, foi justamente esse o motivo, depois de alguma reflexão, que me fez escolhê-lo mesmo assim: era um tema perfeito, desafiador. Estava decidido, então, qual seria o assunto do meu ano intenso de pesquisas.

Tenho verdadeira paixão pelo assunto. Mas devo dizer que, ao longo do meu processo de pesquisa, percebi que na verdade foi o tema que me escolheu e não o contrário. Essa identificação, tão grande, fez com que o trabalho fosse carregado de emoção. Isso sem deixar de contar que, lá no início, quando comecei a pensar sobre o assunto, nem imaginava que seria assim, afinal, eu tinha somente um conhecimento muito raso e breve. O resultado do estudo foi muito rico para mim, por isso resolvi compartilhar com vocês, aos poucos, os pontos mais interessantes. Foram pilhas e pilhas de livros, horas intermináveis em frente ao computador, e uma viagem (das mais especiais da minha vida) à Alemanha, mais precisamente a duas cidades-sede da Bauhaus.

Mas, afinal, o que é a Bauhaus? Ela foi uma escola de arte, design e arquitetura que foi capaz de mudar o aspecto da modernidade. Quando a Bauhaus surgiu, o mundo enfrentava um período bastante caótico. Cabeças utópicas entendiam, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial, que uma nova forma de ver o mundo era necessária. Um novo despertar, nas mais diferentes formas de expressão artística: na arquitetura, no comportamento, na vida.

Dessa forma, de mente aberta, em um período de quatorze anos, intercalado entre duas guerras mundiais (1919 – 1933), a Bauhaus foi pioneira na fusão de arte, artesanato e tecnologia aplicada à pintura, escultura, desenho, arquitetura, cinema, fotografia, tecelagem, cerâmica, teatro e instalações artísticas. Em resumo, sua história é a história do surgimento do design moderno. Walter Gropius, fundador da Bauhaus, dizia que o design poderia reestruturar a sociedade alemã de melhor maneira, mais coesa e democrática. Mal sabia ele que sua escola influenciaria o mundo todo, não apenas a Alemanha. A Bauhaus veio como um respiro, um lugar onde as mentes criativas se encontravam para construir uma obra de “arte total”, que unisse diferentes formas, técnicas e meios, na qual o design se tornava a síntese de todas as artes e ofícios, sob o amparo da arquitetura. Um território sem barreiras, sem limites para a liberdade de expressão.

A Bauhaus foi pioneira na forma como tratava seus alunos, colocando ênfase no ensino, nas emoções, nos sentidos e no intelecto de cada um, assumindo que estes traços são particulares, repeitando e incentivando a individualidade. Desejavam que o aluno se descobrisse, antes de descobrir o que gostaria de fazer. Que se libertasse de todas as amarras internas, para então livrar-se de todas as convenções e regras sociais e ter coragem de errar e “voar”.

Em suas três localizações consecutivas, Weimar, Dessau e Berlin, a escola foi testemunha de um intercâmbio carismático e criativo entre professores e estudantes de diversos estilos e preferências artísticas, unidos em seus ideais e interesses por uma obra de “arte total”que englobasse diferentes práticas e meios. As ideias vanguardistas e a total liberdade de expressão deram lugar a criações que são verdadeiros ícones do design moderno, deixando de herança um incalculável patrimônio para a humanidade.

Espero que essas breves pinceladas na história inspirem de alguma forma vocês que me acompanham. Obrigada por estarem aqui.

Com amor, Monica

PARA VOCÊ LER TAMBÉM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.